"Quanto todas as músicas se encaixarem, você encontrou a pessoa certa...."

O Coração Nunca Mente

L. F. Oliveira....

sábado, 22 de janeiro de 2011

2010

Todo fim de ano eu tenho meu mês de dezembro como uma retro do ano todo. Dessa vez eu resolvi escrever...


Em 2010...


Eu sorri... Achando que estava ao lado da pessoa que me faria feliz para sempre.

Eu caí... Quando descobri que o amor talvez não fosse para mim.

Eu levantei... Ao decidir que estava me negando às paixões naquele ano que se iniciava. Foi quando tudo mudou.

Eu corri... Buscando brechas e atalhos que me levassem ao meu sonho. Por fim, terminei de escrever meu livro.

Eu quis explodir... Naquele 27 de março, quando a última frase de O Coração Nunca Mente foi escrita.

Eu conheci... Alguém que me fez querer seguir em frente apesar de tudo.

Eu tive... Momentos únicos ao lado de pessoas que me fizeram rir dos problemas.

Eu fiquei confuso... Quando algumas pessoas saíram da minha vida, e outras voltaram com força total.

Eu reaprendi... Que minha mãe sempre vai rir das besteiras que eu falar.

Eu soube... Que as tardes que eu passei no trabalho valeram à pena, pelas risadas que eu dei ao lado da Viviane.

Eu briguei... Indo contra aquilo que eu achava errado, tentando trilhar um caminho correto.

Eu percebi... Que algumas pessoas falam muito, mas da boca pra fora, enquanto outras se guardam... E lhe amparam com apenas um olhar.

Eu joguei... Me diverti o máximo que eu pude, tentando afastar os maus pensamentos da cabeça.

Eu aprendi... Que Química não era aquele bicho de sete cabeças.

Eu chorei... Quando meu sonho se despedaçou perante os meus olhos.

Eu me ergui... Ao perceber que minha mão era agarrada pelas pessoas certas, que me fizeram abrir os olhos e jamais desistir.

Eu me orgulhei... Quando meus esforços foram recompensados.

Eu vi... Uma amizade que surgia após três longos anos.

Eu quis... Voltar atrás e refazer pontos da minha vida na qual eu errei... Falar para certas pessoas algo do qual eu não iria me arrepender... Ir por caminhos diferentes.

Eu fui... Segui em frente, como as pessoas haviam dito.

Eu ouvi... Quando meu coração batia, também dizendo o que eu deveria fazer.

Eu experimentei... Novas experiências, novos mangás, novas histórias.

Eu dancei... Mesmo sem saber ao certo como se faz, fazendo de mim mesmo meu próprio par.

Eu voei... Absorto em pensamentos que, creio eu, irão me trazer retorno.

Eu escrevi... Coloquei em prática todas as cenas que eu imaginara durante o ano.

Eu sonhei... Com o dia em que eu teria alguém especial ao meu lado, que me faria sorrir até mesmo na hora de uma tragédia... Que seria chata e, ao mesmo tempo, irresistivelmente amigável e calma.

Eu chorei... Novamente... Mas, dessa vez, por um motivo diferente... Ao descobrir que meu sonho tinha se tornado realidade... Ao perceber que tinha, finalmente, concluído minha busca.

Eu vivi... Graças a todos os momentos marcantes, e todas as pessoas as quais eu encontrei no caminho, um dos melhores anos da minha vida.
Por fim, eu prometi... Prometi à minha “Lizie Jones” que em 2011 a faria feliz, não importa o que aconteça.

Promessas ao Mar



Porque uma Promessa é tudo o que eu preciso



O som das ondas, quebrando sob a forte luz do luar dos dias trinta e um de dezembro de dois mil e dez, eram os únicos sons que me mantinham acordado àquela noite. Minutos, talvez segundos – eu nem ao menos conseguia distinguir o tempo – me separavam de um novo ano. E o motivo pelo qual eu me afastara do pessoal que estava comigo era um só: assuntos inacabados; coisas que foram guardadas no meu armário de “as diversas coisas que não foram ditas”. Era o que, naquele exato momento, me atormentava.
Olhei para o relógio que trazia no pulso, parado, estranhamente, às onze horas e cinqüenta minutos. O pior é que eu nem sabia por quanto tempo estava encarando o mar, esperando os fogos de artifícios explodirem, selando completamente minhas chances de contá-la o que eu queria.
Enquanto me arrependia por não tê-la puxado comigo, meus pés molharam-se em mais uma leva de ondas que chegavam à praia. Meu cabelo esvoaçou com a leve brisa gélida que se abateu sobre mim e meu coração pareceu parar, por um ou dois segundos talvez, fazendo meu corpo tremer instantaneamente. Alguém se aproximava pelas minhas costas. Sutil e graciosa. Virei-me rapidamente, só para confirmar o que já sabia.
— Mike...
Era ela. Emmily. MINHA Emmily. O anjo mais lindo que Deus podia ter posto perante meus olhos.
O castanho claro de seu olhar fitou-me ao perceber que eu perdera a pose por um segundo.
Emmily riu. Um sorriso que me fez querer avançar. Agarrá-la. Tomá-la em meus braços. Sentir o cheiro do seu liso cabelo. Beijá-la, mas eu me contive ao fitá-la nos olhos e perceber que era ela quem se aproximava de mim.
— Bem... Você se afastou tão de repente. Achei que precisasse de mim — suas mãos abraçaram minha cintura enquanto ela falava. — Já está quase na hora.
Não! Eu não podia mais deixar passar, não depois de ela ter vindo a mim por livre e espontânea vontade. Respirei fundo.
— Emmy... — somente com aquele sussurro eu tomei sua atenção.
Meu corpo sobressaía o de Emmily um pouco, o que forçou uma leve erguida de sua cabeça.
— Hm?
— Essa é a primeira virada de ano que nós passamos juntos... E, tem algo que eu queria que você soubesse — beijei-a a testa em uma tentativa de fazer o nervosismo passar. Em vão.
O fato de Emmily não dizer uma palavra sequer e permanecer apenas me encarando nos olhos não foi nada agradável. Por outro lado, aquele era um sonho, que eu cultivara a mais de meio ano, que se realizava. Eu a tinha em meus braços, e aquela não era uma das noites em que eu acordava assustado por que ela havia sumido no meu piscar de olhos.
— Eu acho... Não, eu tenho certeza... Que ter te conhecido foi a melhor coisa que me aconteceu nesse ano. O tempo que nós passamos juntos vai ficar marcado, não na minha memória, mas no meu coração. Porque eu sei que onde eu for você ainda vai estar comigo...
Emmily riu.
— É assim que eu me sinto, Emmy, mas é assim que você se sente também?
Saiu. Finalmente a pergunta que martelava em minha cabeça tinha saído. Eu tremia enquanto esperava a resposta. Emmily podia me soltar a qualquer momento, evaporando-se em seguida, como muitas vezes acontecera, mas não, contrariando o que eu imaginava, Emmy me abraçou mais forte ainda, pondo-se na ponta dos pés, aproximando seus lábios dos meus.
— Eu costumava ser solitária — ela disse. — Vivia no meu espaço, sem dar bola para mais ninguém, até que alguém me resgatou e me mostrou como é viver. Alguém que fez a vida valer à pena. Alguém que se tornou especial em um curto espaço de tempo. Alguém que eu amo, e que eu quero levar comigo para sempre. É assim que eu me sinto, Mike... Essa é minha promessa...
Seus lábios quase tocavam os meus quando várias pessoas começaram a contar.
— Dez... Nove... Oito...
Não dava mais para esperar. Tinha que ser ali. Com nossos pés molhados pela água, os corpos tremendo pelo leve frio, as mãos entrelaçando-se sobre os corpos.
— Sete... Seis...
— Eu te amo... — nós dois falamos ao mesmo tempo. — E eu vou te amar cada minuto mais...
Nós sorrimos.
— Cinco... Quatro...
— Cada hora mais... Cada dia mais...
— Três... Dois...
— Cada ano mais!
O som da explosão de fogos de artifícios e o beijo que Emmy me deu foram o bastante para me dar aquela sensação de que o chão havia sumido dos meus pés e de o que eu pisava eram apenas nuvens. Enquanto a beijava, comecei a lembrar do NOSSO ano de dois mil e dez, querendo, do fundo do meu coração que dois mil e onze fosse ainda melhor, se é que assim é possível...