"Quanto todas as músicas se encaixarem, você encontrou a pessoa certa...."

O Coração Nunca Mente

L. F. Oliveira....

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Desbravamento! A ligação entre História e Literatura

Oi, oi, oi! XD Volto com mais uma postagem de um projeto desenvolvido por mim mesmo. O objetivo dessa vez é interligar os fatos históricos do Brasil com as escolas literárias que dominaram nosso país por tantos anos...

É bem resumido, mas eu, particularmente, achei interessante. Quer baixar? Vai em frente.

Se interessar, é só clicar aqui...


Até a próxima.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Evolução no Reino Animalia

Essa postagem abre minha seção nova de postagem: Trabalhos diversificados. Eu escreverei sobre o que der na telha e o que eu achar realmente relevante para divulgar. Bem, vamos ao que interessa.


Estudando Biologia, acabei percebendo que alguns animais são muito parecidos com outros, noentanto, bem diferentes também. Pensei no porque eles eram assim, e descobri que OUTROS animais também eram parecidos e diferentes, esse arquivo faz um comparatório entre os diversos filos do Reino, analisando as características que os colocaram em locais diferentes. Para que, assim, ninguém tenha mais dúvidas. XD


Para baixar o arquivo clique aqui, em seguida clique em "download now" e aguarde.


Boa leitura.

L.F. Oliveira.

sábado, 22 de janeiro de 2011

2010

Todo fim de ano eu tenho meu mês de dezembro como uma retro do ano todo. Dessa vez eu resolvi escrever...


Em 2010...


Eu sorri... Achando que estava ao lado da pessoa que me faria feliz para sempre.

Eu caí... Quando descobri que o amor talvez não fosse para mim.

Eu levantei... Ao decidir que estava me negando às paixões naquele ano que se iniciava. Foi quando tudo mudou.

Eu corri... Buscando brechas e atalhos que me levassem ao meu sonho. Por fim, terminei de escrever meu livro.

Eu quis explodir... Naquele 27 de março, quando a última frase de O Coração Nunca Mente foi escrita.

Eu conheci... Alguém que me fez querer seguir em frente apesar de tudo.

Eu tive... Momentos únicos ao lado de pessoas que me fizeram rir dos problemas.

Eu fiquei confuso... Quando algumas pessoas saíram da minha vida, e outras voltaram com força total.

Eu reaprendi... Que minha mãe sempre vai rir das besteiras que eu falar.

Eu soube... Que as tardes que eu passei no trabalho valeram à pena, pelas risadas que eu dei ao lado da Viviane.

Eu briguei... Indo contra aquilo que eu achava errado, tentando trilhar um caminho correto.

Eu percebi... Que algumas pessoas falam muito, mas da boca pra fora, enquanto outras se guardam... E lhe amparam com apenas um olhar.

Eu joguei... Me diverti o máximo que eu pude, tentando afastar os maus pensamentos da cabeça.

Eu aprendi... Que Química não era aquele bicho de sete cabeças.

Eu chorei... Quando meu sonho se despedaçou perante os meus olhos.

Eu me ergui... Ao perceber que minha mão era agarrada pelas pessoas certas, que me fizeram abrir os olhos e jamais desistir.

Eu me orgulhei... Quando meus esforços foram recompensados.

Eu vi... Uma amizade que surgia após três longos anos.

Eu quis... Voltar atrás e refazer pontos da minha vida na qual eu errei... Falar para certas pessoas algo do qual eu não iria me arrepender... Ir por caminhos diferentes.

Eu fui... Segui em frente, como as pessoas haviam dito.

Eu ouvi... Quando meu coração batia, também dizendo o que eu deveria fazer.

Eu experimentei... Novas experiências, novos mangás, novas histórias.

Eu dancei... Mesmo sem saber ao certo como se faz, fazendo de mim mesmo meu próprio par.

Eu voei... Absorto em pensamentos que, creio eu, irão me trazer retorno.

Eu escrevi... Coloquei em prática todas as cenas que eu imaginara durante o ano.

Eu sonhei... Com o dia em que eu teria alguém especial ao meu lado, que me faria sorrir até mesmo na hora de uma tragédia... Que seria chata e, ao mesmo tempo, irresistivelmente amigável e calma.

Eu chorei... Novamente... Mas, dessa vez, por um motivo diferente... Ao descobrir que meu sonho tinha se tornado realidade... Ao perceber que tinha, finalmente, concluído minha busca.

Eu vivi... Graças a todos os momentos marcantes, e todas as pessoas as quais eu encontrei no caminho, um dos melhores anos da minha vida.
Por fim, eu prometi... Prometi à minha “Lizie Jones” que em 2011 a faria feliz, não importa o que aconteça.

Promessas ao Mar



Porque uma Promessa é tudo o que eu preciso



O som das ondas, quebrando sob a forte luz do luar dos dias trinta e um de dezembro de dois mil e dez, eram os únicos sons que me mantinham acordado àquela noite. Minutos, talvez segundos – eu nem ao menos conseguia distinguir o tempo – me separavam de um novo ano. E o motivo pelo qual eu me afastara do pessoal que estava comigo era um só: assuntos inacabados; coisas que foram guardadas no meu armário de “as diversas coisas que não foram ditas”. Era o que, naquele exato momento, me atormentava.
Olhei para o relógio que trazia no pulso, parado, estranhamente, às onze horas e cinqüenta minutos. O pior é que eu nem sabia por quanto tempo estava encarando o mar, esperando os fogos de artifícios explodirem, selando completamente minhas chances de contá-la o que eu queria.
Enquanto me arrependia por não tê-la puxado comigo, meus pés molharam-se em mais uma leva de ondas que chegavam à praia. Meu cabelo esvoaçou com a leve brisa gélida que se abateu sobre mim e meu coração pareceu parar, por um ou dois segundos talvez, fazendo meu corpo tremer instantaneamente. Alguém se aproximava pelas minhas costas. Sutil e graciosa. Virei-me rapidamente, só para confirmar o que já sabia.
— Mike...
Era ela. Emmily. MINHA Emmily. O anjo mais lindo que Deus podia ter posto perante meus olhos.
O castanho claro de seu olhar fitou-me ao perceber que eu perdera a pose por um segundo.
Emmily riu. Um sorriso que me fez querer avançar. Agarrá-la. Tomá-la em meus braços. Sentir o cheiro do seu liso cabelo. Beijá-la, mas eu me contive ao fitá-la nos olhos e perceber que era ela quem se aproximava de mim.
— Bem... Você se afastou tão de repente. Achei que precisasse de mim — suas mãos abraçaram minha cintura enquanto ela falava. — Já está quase na hora.
Não! Eu não podia mais deixar passar, não depois de ela ter vindo a mim por livre e espontânea vontade. Respirei fundo.
— Emmy... — somente com aquele sussurro eu tomei sua atenção.
Meu corpo sobressaía o de Emmily um pouco, o que forçou uma leve erguida de sua cabeça.
— Hm?
— Essa é a primeira virada de ano que nós passamos juntos... E, tem algo que eu queria que você soubesse — beijei-a a testa em uma tentativa de fazer o nervosismo passar. Em vão.
O fato de Emmily não dizer uma palavra sequer e permanecer apenas me encarando nos olhos não foi nada agradável. Por outro lado, aquele era um sonho, que eu cultivara a mais de meio ano, que se realizava. Eu a tinha em meus braços, e aquela não era uma das noites em que eu acordava assustado por que ela havia sumido no meu piscar de olhos.
— Eu acho... Não, eu tenho certeza... Que ter te conhecido foi a melhor coisa que me aconteceu nesse ano. O tempo que nós passamos juntos vai ficar marcado, não na minha memória, mas no meu coração. Porque eu sei que onde eu for você ainda vai estar comigo...
Emmily riu.
— É assim que eu me sinto, Emmy, mas é assim que você se sente também?
Saiu. Finalmente a pergunta que martelava em minha cabeça tinha saído. Eu tremia enquanto esperava a resposta. Emmily podia me soltar a qualquer momento, evaporando-se em seguida, como muitas vezes acontecera, mas não, contrariando o que eu imaginava, Emmy me abraçou mais forte ainda, pondo-se na ponta dos pés, aproximando seus lábios dos meus.
— Eu costumava ser solitária — ela disse. — Vivia no meu espaço, sem dar bola para mais ninguém, até que alguém me resgatou e me mostrou como é viver. Alguém que fez a vida valer à pena. Alguém que se tornou especial em um curto espaço de tempo. Alguém que eu amo, e que eu quero levar comigo para sempre. É assim que eu me sinto, Mike... Essa é minha promessa...
Seus lábios quase tocavam os meus quando várias pessoas começaram a contar.
— Dez... Nove... Oito...
Não dava mais para esperar. Tinha que ser ali. Com nossos pés molhados pela água, os corpos tremendo pelo leve frio, as mãos entrelaçando-se sobre os corpos.
— Sete... Seis...
— Eu te amo... — nós dois falamos ao mesmo tempo. — E eu vou te amar cada minuto mais...
Nós sorrimos.
— Cinco... Quatro...
— Cada hora mais... Cada dia mais...
— Três... Dois...
— Cada ano mais!
O som da explosão de fogos de artifícios e o beijo que Emmy me deu foram o bastante para me dar aquela sensação de que o chão havia sumido dos meus pés e de o que eu pisava eram apenas nuvens. Enquanto a beijava, comecei a lembrar do NOSSO ano de dois mil e dez, querendo, do fundo do meu coração que dois mil e onze fosse ainda melhor, se é que assim é possível...

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A Escolha


Sons de água pingando ecoavam pela escuridão, não era possível ver nada, apenas sons eram ouvidos, passos rápidos no chão, quem sabe ratos. Até que a imagem de uma cela foi se formando, o raio de luz do luar invadiu o lugar e iluminou o único naquela cela.
Era uma criatura com porte médio, seus cabelos iluminados por trás do manto preto com o qual cobria o rosto eram loiros, suas orelhas pontudas e seus olhos azuis, pelo menos um deles.
– Aonde eu vim parar? – “O Sombra”, como era conhecido o ladrão mais temido em Vaulenda, reino dos elfos, se perguntava no meio da escuridão.
Sozinho, ferido e confuso, o ladrão no qual ninguém nunca pusera as mãos estava ali preso, ele que sempre chegara tão longe... Mas O Sombra acabou chegando longe demais.

[FLASHBACK]
Os pássaros voavam pela floresta que rodeava Vaulenda, nela apenas um elfo se aventurara a ir sozinho, Albanac Riogan ou para muitos, O Sombra. E naquela manhã ele estava lá, planejando seu próximo feito histórico, todos conheciam O Sombra por seus roubos perfeitos, ninguém nunca havia posto as mãos nele, muito menos seu coração havia sido fisgado alguma vez.
Albanac planejava como invadiria o palácio real àquele dia quando sons de cascos de cavalo invadiram a floresta, ele não estava sozinho. O ladrão pulou rápido para cima de uma árvore e armou seu arco, fosse quem fosse ele mataria.
Dois cavalos incrivelmente brancos passaram perto da árvore na qual O Sombra estava, mas algo o fez mudar de expressão e baixar o arco, ele nunca havia sentido aquela sensação, sua frieza estava indo embora com a imagem daquela elfa incrivelmente linda que ele estava vendo.
– Então princesa... – Falava a mulher que vinha no outro cavalo.
A princesa não prestava muita atenção nela, ao invés disso, seus olhos percorreram a floresta e passaram por Albanac, a princesa levou um susto, mas ao voltar a olhar para a árvore o elfo havia sumido, os olhos dela brilharam com a imagem daquele belo ser, havia sido sua imaginação?
Albanac pulara para outra árvore quando percebeu a ação da princesa.
– O que foi princesa Giane? – A mulher perguntou.
– Nada. – Respondeu a elfa. – Vamos?
Os cavalos partiram na direção da cidade, deixando Albanac de um jeito estranho seu coração apertava e a imagem de Giane não lhe saía da cabeça, ele sentou-se no galho da árvore e recostou-se no tronco.
– Princesa... – Sussurrou. – ESPERA AÍ! – Albanac levantou-se de um salto. – A princesa de Vaulenda, o palácio, é pra lá que eu vou.
Albanac pulou da árvore, pôs a mão nas costas e contatou que estava armado, porém dessa vez ele não ia roubar, só precisava vê-la novamente. Giane...
A corrida não foi longa, logo Albanac chegou ao portão do palácio, mas se escondeu entre as árvores. Ele era conhecido, ninguém o podia ver ou então ele estaria perdido.
– O que será que aquele tal de O Sombra vai aprontar dessa vez? – Um dos guardas perguntou ao outro sorrindo.
– Não sei, mas... Eu estou com medinho. – O segundo guarda agitou os braços quando proferiu a palavra “medinho”.
– E você está certo... Deveria estar com “medinho”. – Os dois pularam de um susto, Albanac estava bem atrás deles.
Eles se viraram, mas era tarde demais, uma flecha perfurou cada um no coração, um tiro fora o bastante, como sempre.
Os dois guardas tombaram, Albanac escondeu os corpos e, de cima da grande muralha onde estavam os guardas, observou a cidade.
Àquela manhã Vaulenda estava calma, ninguém percebera a morte dos elfos, pois O Sombra sempre agia silenciosamente. Albanac pôs o capuz que cobria todo o seu rosto e desceu normalmente pelas escadas da muralha.
Lá embaixo estava tudo perfeitamente normal, Albanac via o palácio da cidade. Era imenso e possuía vários quartos e torres.
Albanac caminhou na direção do palácio, no caminho ouviu vários comentários sobre O Sombra, um dos elfos até disse que ele era o maior ladrão de todos os tempos, isso deixava Albanac contente de alguma forma.
Ele não sabia o que aquilo significava, nunca havia sentido seu coração apertar tanto, mas ele sabia o que fazer, precisava vê-la, tinha que saciar seu coração. Ele a queria.
Mas não sabia se a princesa sentia o mesmo que ele, porém, tinha certeza que o olhar dela dizia que sim, ela o amava.
Albanac levantou os olhos e viu que estava se aproximando muito do palácio, tinha que entrar sem ser percebido. O elfo não precisou pensar muito, pois ao dobrar em uma trilha que havia perto do palácio os moradores ficaram agitados, dois elfos vinham correndo e gritando algo como “Os guardas foram mortos”.
– O que houve? – Um oficial se meteu no meio da confusão.
– Uma flecha. – Um elfo gritou. – Eles foram mortos por uma flecha.
– O Sombra... – O oficial sussurrou, mas os moradores ouviram e correram desembestados pela cidade.
– O que houve senhor? – Um guarda saiu de dentro do palácio.
– É ele. – O oficial avisou. Vários guardas saíram do palácio, o caminho estava livre.
Albanac sorriu, não imaginava que seria tão fácil, ele saiu de trás da carroça onde estava e contornou o palácio.
O ladrão olhou para cima e tomou um susto. Na torre mais alta do palácio estava ela, a princesa Giane, a elfa mais linda e perfeita que Albanac já vira na vida.
Aquela era a hora, ele não teria outra chance como essa. De repente uma raiz brotou debaixo de seus pés e ele foi erguido, ninguém o via enquanto ele subia na raiz que fizera brotar do chão.
Todos da cidade corriam na direção do grande portão para constatar que os dois guardas haviam realmente sido mortos.
– Cerquem tudo. – O oficial ordenou. – Ele está aqui.
Todos se dispersaram enquanto O Sombra subia para o quarto de sua amada. De repente um grito saído da boca de Giane ecoou pela cidade, Albanac pusera os pés no quarto da princesa assustando-a.
– Vo-você... – Giane gaguejou ao fitar o rosto de Albanac por debaixo do capuz.
– Sim.
– Você é real? – Ela avançou e pôs a mão no rosto dele.
Albanac recuou, pois tomou um susto.
– Si-sim. – Ele se surpreendeu, nunca havia gaguejado com ninguém, sempre fora firme nas palavras, o que aquela elfa tinha?
– Eu o vi na floresta. – Ela já estava à vontade. – Mas achei que não fosse real.
– Eu sou... – Albanac levantou a cabeça.
– O que faz aqui? – Ela perguntou. – Quem é você?
– O motivo que me trouxe aqui foi você. – Albanac levou a mão ao capuz e enquanto o tirava continuou falando. – Meu nome é Albanac Riogan, e você é a única que sabe disso.
– O Sombra! – Giane pulou quando o capuz de Albanac caiu para trás revelando seu rosto.
– Calma. – Ele se aproximou.
– O que quer comigo? Minhas jóias? Minha coroa? – Ela se desesperou.
– Não, não quero nada disso. – Albanac a agarrou pelos pulsos. – Eu só queria ver você... E... – Ele parou ainda a segurando.
– E...? – Os olhos dela brilhavam com a beleza de Albanac.
– Dizer uma coisa. – A voz dele vacilou.
– Diga... – Ela sorriu e seus olhos brilharam.
– Princesa Giane... Eu... Te...
– SOLTE-A AGORA MESMO! – Um grito invadiu o quarto. Albanac a soltou e encarou o oficial que entrara no quarto seguido pelos guardas da cidade.
– Droga. – Albanac pôs o capuz e tentou correr para a janela, mas uma flecha do oficial o acertou na coxa direita e ele foi ao chão.
– Nãoooo. – Giane gritou.
– Você foi longe ladrão. – O oficial ignorou a princesa e armou mais uma vez seu arco.
– Ah... – Albanac gemia no chão.
– Seus dias de roubo terminam hoje. – Ele disparou contra a mesma coxa de Albanac.
– AHHHHH. – Ele nunca sentira uma dor tão grande em toda a vida.
– Você vem conosco. – O oficial pegou Albanac que estava sem reação, ele estava quase desmaiado por causa da dor.
– Gi... Giane... – Ele sussurrou e desmaiou.
Albanac acordou horas depois iluminado pela luz do luar que entrara pela janela de sua cela.

[/FLASHBACK]
– Droga. – Albanac sussurrou levando a mão ao ferimento na coxa direita. – Se eu ao menos tivesse dito que a amava.
Os pensamentos dO Sombra se dissiparam quando uma forte explosão foi ouvida e a parede da cela foi destruída por uma pedra enorme.
Vaulenda estava sendo atacada pelos orcs, e pior que toda a destruição que se via foi o que Albanac sentiu no coração. De repente seu peito doeu e o coração apertou, ele nunca sentira algo assim.
Mas era sua chance de ir embora, o ataque já demorara bastante, porém ele estava tão dentro de seus pensamentos que nem percebeu. O elfo corria mancando na direção da saída quando um grito o fez parar.
– Princesa! – Era a voz do oficial.
Albanac virou-se e seu peito apertou mais ainda. Giane estava nas mãos de um orc gigantesco, a criatura horripilante exibia seus dentes e garras para ela, a princesa estava perto demais da sua boca.
O ladrão teria de escolher, tinha a chance de fugir pra sempre, mas se fizesse isso sua amada morreria nas garras do orc, porém, se voltasse seria preso se não morto.
Mas era sua amada, Giane já se tornara parte de sua vida e ele não podia deixar que ela morresse.
– Droga. – O oficial gemia no chão, seu corpo estava todo quebrado pelo orc.
A criatura levava a princesa à boca quando parou abruptamente e seus olhos arregalaram-se.
– Solte-a seu desgraçado. – A voz de Albanac foi ouvida, o orc soltou a princesa e tombou, em suas costas e cabeça haviam cinco flechas disparadas pelo arco dO Sombra.
– Vo-você. – A princesa estava assustada com o orc, Albanac a segurou pela cintura e aproximou sua cabeça da dela. Era agora.
– Princesa... Eu te amo. – Albanac não esperou que ela respondesse e deu-lhe um beijo na boca.
Giane foi pega de surpresa, mas logo se entregou ao beijo e ao momento.
– Albanac... – Ela sussurrou. – Eu também te amo. Mas...
– Mas? – Ele observou o local, todos os orcs haviam sido mortos e ninguém parecia se aproximar, o único ali era o oficial que parecia desmaiado.
– Eu sou princesa. – Ela admitiu. – E você é um ladrão...
– O que é que tem? – Ele sorriu.
– É que... – Ela começou, mas parou logo, pois Albanac pôs o dedo indicador em seus lábios, ele não percebera, mas o rei e os guardas vinham chegando perto dos dois.
– Isso só torna as coisas mais... Interessantes. – Ele sorriu e beijou-a novamente.
De repente ele ouviu sons de arcos sendo armados e olhou em volta com um sorriso sínico no rosto, os dois estavam cercados por guardas.




Por: Leo Trayner

terça-feira, 28 de julho de 2009

O Tempo




A noite é escura e sombria, principalmente para um garotinho de doze anos como eu, mas por que o medo?
Eu sei que você está comigo, eu sempre me senti bem ao seu lado, não quero falar nada para não desfazer nosso sincero abraço, mesmo que esse abraço seja imaginário.
Mas o que eu sinto por você deixou de ser amizade há muito tempo. Para falar a verdade, Eu te amo.
Mas você sente o mesmo por mim? Nós nos conhecemos desde que tínhamos cinco anos, crescemos juntos, brincamos juntos, estivemos sempre juntos.
Eu sei que não deveria ter acontecido, mas algo mais cresceu junto com agente, a amizade pura e sincera que eu sentia por você acabou se tornando o mais puro e bonito sentimento de um ser humano.
Não é o momento certo para dizer o que eu sinto, até por que eu já a perdi mesmo, mas mesmo assim eu vou desabafar.

Naquele dia, nós estávamos brincando como sempre quando eu segurei seu braço.
– Tenho uma notícia. – Anunciei.
– O que houve? – Você perguntou preocupada.
– Meus pais vão se mudar para outro país.
Você parecia não acreditar, a essa altura seu rosto estava cheio de lágrimas, mas você é forte, sempre foi e ali você se segurou.
– E quanto você volta? – Você perguntou aos soluços.
– Daqui a seis anos. – Anunciei eu com tristeza na voz.
– Ainda temos tempo para aproveitar. – Você falou segurando o choro.
– Não, não temos. – As palavras saíram como facadas em meu estômago.
– Como assim? – Você perguntou com apreensão.
– Eu não quis falar pra você antes, para não a preocupar, mas a verdade é que nós partiremos amanhã cedo. – As lágrimas rolaram dos meus olhos.
Dessa vez tinha sido demais pra você, nós nos abraçamos e você chorou de um jeito que eu jamais havia visto. Os papeis se inveteram, eu que sempre era o chorão consolado estava consolando a pessoa que sempre me ajudara em tudo.

No outro dia eu acordei muito cedo, olhei para sua casa, que ficava em frente à minha, e um flashback passou em minha cabeça, eu não ia lhe ver mais por seis anos, será que eu suportaria?
Foi nessa hora, quando estava olhando para sua casa, que percebi uma coisa que eu havia esquecido, eu tinha comprado dois colares, um tinha metade de um coração e o outro tinha a outra metade, ambas com uma foto minha e uma sua, mas eu me esqueci de lhe dar e parece que eu tinha perdido minha grande chance.
Peguei os colares, pus no bolso e desci as escadas, nós saímos de carro até o aeroporto, o avião estava marcado para as seis horas, já íamos decolar, nós estávamos indo para o portão de embarque.
– Não! – Eu não acreditava naquilo, sua voz ecoava em minha cabeça.
Mas eu não estava ficando maluco, você estava lá, me virei de costas e a vi, seu pai ao lado, lágrimas em seus olhos, não agüentei e corri muito rápido, nós nos abraçamos e eu lhe entreguei o colar com a minha foto.
Fui pego de surpresa, você olhava o colar, de repente levantou a cabeça e me deu um beijo, um beijo apaixonado que se misturou com nossas lágrimas, naquele momento eu senti você comigo verdadeiramente, pouco tempo depois você pediu para que eu pusesse o colar em seu pescoço.
– Eu vou estar te esperando. – Você sussurrava para mim.
– Eu vou voltar e nós poderemos ficar juntos. – Eu disse olhando em seus olhos, você apertou o colar e eu parti.

Seis anos se passaram e em nenhum momento eu deixei de pensar em você, mas você pensava em mim também!?
O avião estava voando de volta para você, eu estava indo ao seu encontro, fui a viagem inteira olhando para sua foto, a única lembrança concreta que eu tinha de você.
Eu tinha avisado por telefone que viria hoje, nesse horário, então assim que desci do avião corri até o pátio do aeroporto esperando ver seu rosto, o quanto você teria crescido?
Eu procurei, procurei e procurei, mas você não estava lá, não tinha ido me ver, tinha me deixado.

Saí do aeroporto e peguei um taxi para o bairro que nós morávamos, desci do carro e vi minha casa, às minhas costas eu esperava vê-la no lindo jardim da sua casa, mas não havia ninguém lá, a casa estava velha e com uma placa escrita "vende-se" em frente a ela.
Olhei para o parquinho onde nós brincávamos e o vi lindo como antes, nele duas crianças, você mais nova seis anos abraçada com um garoto que eu reconheci na hora, eu.
A imagem se dissolveu e agora eu via o parque, velho, sujo e enferrujado. Você não estava ali.

Dias depois eu estava tendo uma vida normal, exceto pelo fato de minha melhor amiga e a garota que eu amava ter perdido o contato comigo.
Não sei se foi sorte ou destino, na verdade eu nem queria que tivesse acontecido, mas uma noite enquanto passeava na praia eu a vi, linda como sempre, meu coração disparou, mas eu não acreditava no que via, você estava aos beijos e abraços com outro, eu deixei cair o vaso que levava pra casa e você percebeu a ação.
Nós nos olhamos, as lágrimas desciam em meu rosto, você não acreditava no que via, você veio a mim.
– Eu posso explicar. – Você disse.
– Não precisa. – Eu falei arrancando o colar de meu pescoço.
Você soltou um gritinho, como se eu arrancasse algo de você, em seguida pegou o colar que trazia sob a blusa.
Aquela visão mexeu comigo, eu sucumbia em lágrimas, mas você estava firme.
– As coisas mudam... – Você começou.
– Esses anos todos, era só em você que eu pensava, era só você quem eu amava. Você disse que ia me esperar.
– Desculpe... Mas eu não posso corresponder esse sentimento.
Eu não agüentei, dei as costas e saí correndo, mas ainda deu tempo de ouvir você sussurrando um sincero "desculpe".

Enquanto escrevo essas palavras estou em meu apartamento, sentado em minha escrivaninha, as imagens do pior dia da minha vida estão em minha cabeça, ao lado dessa carta está um revólver que eu comprei mais cedo, estou escrevendo essa carta para você, a pessoa que me fez suportar seis anos longe de tudo, era só você, quanto tudo ficava difícil, era em você que eu pensava, mas agora você está em outra, sua vida deve continuar.
Porém a minha não tem mais sentido, a pessoa que fazia tudo valer a pena na minha vida, aquela do parquinho, agora está com outro, está distante.
A arma já está em minha cabeça e eu morrerei pensando em você.
Deixo essa carta para você guardar, pelo menos essa lembrança minha, eu nunca deixei de te amar, eu sei que isso nunca vai acontecer, mas eu só gostaria que você invadisse meu apartamento e dissesse três palavras: "EU TE AMO."

Assinado Leo Trayner